sábado, 12 de janeiro de 2013

Prólogo


Estava há uns metros de mim. Eram esses metros que me separavam de um solitário abismo. Fascinava-me. Surpreendia-me. Estava lá, você, parado, olhando para o nada. Vi em você algo que poucos podiam ver. Afinal, as pessoas vêm o que querem e se conectam apenas a parte boa de alguém. Eu queria todas as suas partes, sejam elas perfeitas, boas, ruins, miseráveis. Olhei em seus olhos. Eles pareciam-me perdidos, sem vida, clamavam socorro. Tentei me aproximar, porém você correu até seus pulmões explodirem sem ar.
Porque? Responda-me. Porque?
Não pude suportar ver sua tortura, tinha que ir atrás. E, cada vez mais, havia algo que me fazia aproximar de você.
Ao encostar um dedo, apenas um dedo em você, parece que fui jogada para uma dança. Era algo confuso. Havia horas que estávamos grudados um ao outro, outra hora, parecia que você torturava-me e vice versa, e ainda outra, que nos repelíamos. Foi algo quase insuportável. Doeu-me. Doeu-me mais ainda quando acabou, porque virou-me as costas e foi embora. Porém, aquilo era apenas o início...
Estava eu, de boa, atualizando minha bio e tal do Tumblr (alías, gabrielegarrucho.tumblr.com) e decidi colocar um trechinho do poema de Oswaldo Montenegro, na qual sou apaixonada. E porque não colocar aqui também?

Metade - Owaldo Montenegro
Que a força do medo que tenho
Não me impeça de ver o que anseio;
Que a morte de tudo em que acredito
Não me tape os ouvidos e a boca;
Porque metade de mim é o que eu grito,
Mas a outra metade é silêncio.

Que a música que eu ouço ao longe
Seja linda, ainda que tristeza;
Que a mulher que eu amo seja pra sempre amada
Mesmo que distante;
Porque metade de mim é partida,
Mas a outra metade é saudade.

Que as palavras que eu falo
Não sejam ouvidas como prece
E nem repetidas com fervor,
Apenas respeitadas como a única coisa que resta
A um homem inundado de sentimentos;
Porque metade de mim é o que ouço,
Mas a outra metade é o que calo.

Que essa minha vontade de ir embora
Se transforme na calma e na paz que eu mereço;
E que essa tensão que me corrói por dentro
Seja um dia recompensada;
Porque metade de mim é o que penso,
Mas a outra metade é vulcão.

Que o medo da solidão se afaste
E que o convívio comigo mesmo
Se torne ao menos suportável;
Que o espelho reflita em meu rosto
Um doce sorriso que me lembro ter dado na infância;
Porque metade de mim é a lembrança do que fui,
A outra metade eu não sei.

Que não seja preciso mais do que uma simples alegria
Para me fazer aquietar o espírito
E que o teu silêncio me fale cada vez mais;
Porque metade de mim é abrigo,
Mas a outra metade é cansaço.

Que a arte nos aponte uma resposta
Mesmo que ela não saiba;
E que ninguém a tente complicar,
Porque é preciso simplicidade pra fazê-la florescer;
Porque metade de mim é platéia,
E a outra metade é canção.

E que a minha loucura seja perdoada;
Porque metade de mim é amor,
E a outra metade... Também.

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

O mundo parou.
São palavras nunca ditas,
Sentimentos nunca sentidos,
Amores nunca amados,
Vivencias nunca vivenciadas,
Prazeres nunca sentidos,
Pessoas nunca sendo pessoas.
Mais uma vez, o mundo parou.
As pessoas pararam de acreditar em si mesmas,
Esqueceram seus princípios. 
O mundo parou, pelo simples fato das pessoas acreditarem que estão vivendo, quando, na verdade, estão simplesmente no mundo. As pessoas andam no mesmo lugar, ficaram estagnadas. Não vão para frente, nem para trás. 
O mundo parou de tanto rancor, tanto ódio, tanta mesmice, tanta indiferença, tanta tristeza. 
O mundo parou por causa de mim, por causa de você, por causa de todos nós. 
O mundo parou porque quisemos, não por causa do "Cara lá de cima". 
O mundo parou porque as pessoas não percebem seus atos.
O mundo parou. Simplesmente parou.


quinta-feira, 25 de outubro de 2012

No momento, o que me resta é ficar presa na minha própria mente e solidão. Nada mais deplorável que tal situação. Noites mal dormidas nesse maldito lugar que esconde minhas mágoas, minhas tristezas, minha amargura em cada aresta e em cada buraco entre os tijolos que me separam desse mundo que traz mil e uma agonias.
Porque? Porque me dei o prazer de provar o pecado do desejo? Tudo não passou de uma droga dum erro de achar que tudo seria diferente.
E foi diferente, ao mesmo tempo que não.
Completo engano da minha parte entregar tamanha confiança, de mostrar tudo o que há de bom e ruim dentro de mim.
Agora, o que me resta é rezar para que eu saiba utilizar o pingo de sanidade que me sobrou para suportar o que há de vir e não vir.

terça-feira, 9 de outubro de 2012

São sempre as mesmas coisas... Cansa, sabia?
Isso vai nos mortificando, vai nos afastando e acabamos por nos machucar.
Não é o que eu quero, não é o que você quer.
O conto de fadas acabará um dia e veremos quanto tempo perdemos nessa mesmice.

sexta-feira, 23 de março de 2012

Um dia me disseram que se dá nome ao que amamos.
Mas aí, me pergunto: e se o que amamos já tem nome?

quarta-feira, 14 de março de 2012


Amor ou ódio. Amor ou ódio. Amor ou ódio. Amor ou ódio. Amor ou ódio. Amor... Ou ódio? Espera, o que eu estava dizendo mesmo?
Ah! Sim. Amor ou ódio... Eis a minha dúvida.
Quanta confusão... Ter que escolher entre o amor e o ódio.
Mas agora mesmo me perguntava, além de "amor ou ódio", em como escolher entre eles se apenas sentimos...
Volto a caminhar de um lado para o outro... - Amor ou ódio. Amor ou ódio. Amor ou ódio. Amor ou ódio. Amor ou ódio. Amor... Ou ódio?
Caminho, penso, enlouqueço. Continuo nesse mesmo ritmo por alguns momentos e nada... Caminho, penso, enlouqueço. E nada. Caminho, penso e enlouqueço... DECIDI-ME. Ou não. Amor ou ódio?! Ahn?! Não sei ainda. Como você é um imbecil, me fez essa confusão. Canalha. Confunde, usa, vai embora. Confunde, usa, vai embora... Rotineiro isso? Quem mas fez parte desse seu plano fajuto? Conseguiu o que queria?
Caminha, caminha, caminha, caminha, pensa, pensa, pensa, pensa, enlouquece, enlouquece, enlouquece, enlouquece, corre, corre, corre, corre... Para, pensa, senta no chão, deita, rola e faz sei lá mais o que.
Meu cérebro já não manda mais informações ao meu corpo. Paro tudo o que estou fazendo – na realidade não estou fazendo nada, mas enfim – e decido fazer a súplica da noite:
- Uma dose de ânimo, por favor.